Aparecida do Taboado (MS) – 2017 não foi um ano muito fácil para a Secretaria de Saúde e mesmo com tantos desafios, como o aumento no número de atendimentos por conta do crescimento populacional e a dificuldade para receber os repasses, conseguiu realizar 430,5 mil procedimentos e entregar mais de 1,8 milhão de medicamentos. Os dados foram apresentados pelo secretário municipal de Saúde, Márcio Garcia Galdino, na tarde de sexta-feira (9), durante a audiência pública para prestação de contas do 3º quadrimestre do ano passado.
Com mais de 25 mil habitantes, segundo o IBGE, Aparecida do Taboado chama a atenção pelos números de procedimentos realizados em todos os setores da atenção básica e da média e alta complexidade. Em 1 ano foram realizados 430.506 procedimentos, uma média de 35.875 por mês. “É como se toda a população tivesse passado por algum procedimento por pelo menos uma vez e 1/3 deles puderam repetir o atendimento”, destacou o secretário. Outro dado que assusta é a quantidade de medicamentos entregues. Foram 1.839.929 remédios dispensados, com destaque para os 548.806 psicotrópicos e os 86.919 antibióticos.
Dos 25 mil habitantes, quase 10 mil foram transportados pela Prefeitura em 2017 na condição de paciente. Foram realizadas 2.291 viagens para centros de atendimentos em São Paulo e Mato Grosso do Sul, e registrados 823.970km rodados.
Para dar conta de toda essa demanda, a Prefeitura aplicou quase 14% a mais que o percentual preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 15%, e investiu 28,39% da arrecadação total do município (mais de 16 milhões de reais) na Saúde pública no ano passado. Somado aos recursos repassados pelo Governo Federal e Estadual, que são muito menos que o do Governo Municipal, a Saúde fechou 2017 com R$ 23,8 milhões em despesas liquidadas.
O fato é que, segundo o secretário Márcio, o Governo do Estado tem atrasado os repasses e dificultado o trabalho da Secretaria, o que reflete nos serviços prestados nas ESF, CEM, Cedit, CEO, CAPS, Nasf e outros núcleos da pasta, “além de tudo isso, temos enfrentado problemas constantes com médicos que estão de sobre aviso, mas o gargalo da Saúde está na PPI Hospitalar que não é atualizada há mais de 10 anos”, justificou.
Ainda assim, o CEM (postão) registrou 25.278 procedimentos; o CAPS, 5.338; o Cedit, 15.626; o CEO, 3.200; e a FESAT, 146.551 e 965 internações.
Preocupada com a situação da Saúde no município, a promotora de justiça Dra. Jerusa Araujo Junqueira Quirino esteve presente e ressaltou que o Ministério Público está bastante atento aos problemas apresentados pela comunidade, mas que entende também as dificuldades que circundam o município na qualidade de órgão gestor. No entanto, reforçou o compromisso de contribuir, “nós estamos abertos para discutir as possibilidades. Precisamos encontrar uma maneira para melhorar a situação porque eu entendo que Saúde é primordial”, disse ela.